terça-feira, 16 de abril de 2013

Condolências.


Você fechou os olhos, quase pude sentir seu último suspiro.
Sentia-se a dor impregnada no ar, no olhar, no amar.
Eu queria poder vê-la, ouvi-la, não somente senti-la.
Se eu a ouvisse, eu poderia ligar os fones no último volume a fim de não ouvi-la gemendo, gritando, chorando?
Se eu a visse, eu poderia parar seus espasmos, tranquilizar seus tremores?
Olhou para o céu. Será que você sabe o que há por trás das nuvens?
Respirou fundo, sentiu o cheiro de café em suas narinas. Irônico não?! O café não nos ajuda a ficar acordados?!
O sol estava lá, o vento também, estremeci.
Você falou algo bobo, que eu não me lembro, só sei que ri, de você, sorri, pra você só pra você. Me peguei pensando quando veria um sorriso sincero seu, outra vez.
Tempo. Cheguei, atrasada. Entretanto, mesmo que você não saiba, parte do meu coração já está morando com você há tempos. Ficou completo, doeu.
Cuida dele. É como abrir um buraco no peito ter que pedir pra outra pessoa cuidar de alguém que você mesmo quer cuidar, mas está de mãos atadas.
Lado a lado, você fechou os olhos novamente, sentiu o vento bater em seu rosto, o sol se pondo e eu quis te pôr no colo, parar o tempo e tirar aquela dor com minhas próprias mãos, em vão.
Um segundo depois, você abriu os olhos, suspirou mais uma vez, e eu soube, que sem mim, ela passaria.

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